por Richard Mello¹
No cenário atual de produção do milho verão e safrinha observa-se um aumento na pressão de inóculo de vários patógenos. Doenças foliares podem comprometer o rendimento da lavoura em função da dificuldade de controle, principalmente na safrinha, e por isso devem ser tratadas com atenção.
Este artigo traz uma abordagem sobre as principais doenças foliares na safrinha: cercosporiose (Cercospora zeae-maydis), mancha branca (Phaeosphaeria maydis/Pantoea ananatis/Phoma sorgui), ferrugens (Puccinia polysora e Physopella zeae) e helmintosporioses (Exserohilum turcicum e Bipolaris maydis). Nele contemplam-se a descrição e diagnose, calendário dessas doenças para auxiliar no monitoramento, citação das condições ideais para desenvolvimento de cada patógeno e por fim sugestões para o manejo químico.
Ressalta-se que o objetivo não é gerar discussões a respeito da adubação equilibrada, da rotação de culturas com espécies não hospedeiras, do manejo da irrigação (quando em cultivos sob pivô) e nem da época de plantio, que pode interferir no aparecimento e severidade dos patógenos citados acima.
1 - Descrição e diagnose:
Ferrugem Polissora
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
Ferrugem Polissora: A doença é causada pelo fungo Puccinia polysora. Este produz nas folhas, e em outros órgãos verdes, pústulas pequenas, circulares a ovais, de cor alaranjada e com diâmetro entre 0,2 a 2 mm. As pústulas encontram-se distribuídas densamente na face superior da folha, e os sintomas podem ser observados no colmo, espiga e no pendão. Essa doença é considerada muito agressiva, e há relatos de perdas de produtividade de até 65%.
Ferrugem Branca ou Tropical
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
Ferrugem Branca ou Tropical: A doença é causada pelo fungo Physopella zeae, que desenvolve pústulas brancas ou amareladas, que se aglomeram em pequenos grupos, nos dois lados das folhas e no mesmo sentido das nervuras. Em seguida, as lesões mudam de cor, ficando púrpura-escuro a manchas avermelhadas com o centro creme.
Mancha Branca ou Pinta Branca
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
Mancha Branca ou Pinta Branca: A etiologia da doença gera discussão entre autores. São encontradas publicações que comentam que o agente causal é a bactéria Pantoea ananatis, e outras publicações, que são fungos como Phaeospheria maydis e Phoma sorghi. As lesões iniciais apresentam um aspecto de encharcamento (anasarca), tornando-se necróticas com coloração palha, de formato circular a oval, com 0,3 a 2 cm de diâmetro. Os sintomas iniciam no topo e avançam em direção à base das folhas inferiores. Posteriormente estendem-se para as folhas superiores, conforme o desenvolvimento da planta. Essa é uma doença considerada agressiva e de alta disseminação. Há relatos de perdas de produtividade superiores a 60%.
Cercosporiose
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
Cercosporiose: A doença é causada pelo fungo Cercospora zeae-maydis. Os indícios da doença são manchas cinza, predominantemente retangulares, que se desenvolvem paralelamente às nervuras. Os relatos são de perdas de produtividade superiores a 80%.
H. Turcicum
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
H. Turcicum: A doença é causada pelo fungo Exserohilum turcicum. Caracteriza-se por lesões ovais, inicialmente de cor palha, com bordas definidas e comprimento que varia entre 2,5 a 15 cm. À medida que o fungo se desenvolve, alcançando a frutificação, as manchas escurecem. As lesões iniciais são encontradas normalmente nas folhas inferiores.
Mancha de Bipolaris
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
Mancha de Bipolaris: A doença é causada pelo fungo Bipolaris maydis. Esse, por sua vez, possui duas raças fisiológicas, a raça “O” e a raça “T”, sendo que a última é mais agressiva. As lesões são de cor palha, tem formato retangular e aparecem entre as nervuras, porém sem respeitar perfeitamente seus limites, podendo assim, ser confundida com a cercosporiose.
2 - Condições ideiais das principais doenças foliares:



Fonte: Fundação ABC, 2011.
3 - Calendário para monitoramento das principais doenças foliares de acordo com desenvolvimento fenológico da cultura do milho:
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
Com base nos três itens anteriores somado ao conhecimento do híbrido a reação das doenças foliares, tem-se um auxílio completo para o monitoramento da lavoura. De posse dessas informações torna-se estruturado o planejamento do manejo químico, ou seja, a melhor escolha do fungicida, o número de aplicações e a época mais adequada de aplicação.
A tabela abaixo apresenta algumas sugestões do que a Agronomia da DuPont Pioneer vem trabalhando em relação ao direcionamento dos grupos químicos versus a doença foliar.
4 - Sugestões do controle químico com base no grupos químicos:
Fonte: Agronomia - DuPont Pioneer
¹Agrônomo de campo na DuPont Pioneer
Referências
Schipanski C.A. Manual de identificação e manejo das doenças de Milho. 3º Edição. Fundação ABC. Castro-PR, 2011;
Casela C.R, Ferreira A.S, Pinto N.F.J.A, Circular Técnica 83, Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas-MG, 2006;
Kiersten Wise, Purdue Botany & Plant Pathology. Diseases of Corn - Fungicide Efficacy for Control of Corn Diseases. Purdue Extension. BP-160-W Local Faces Countless Connections. West Lafayette, Indiana, 2015.