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Os efeitos dos danos da cigarrinha (Dalbulus maidis) em silagem

12
fev
2021

Com o cultivo intensivo de milho no Brasil em diversas regiões onde se semeia na época do verão, safrinha e inverno irrigado, somado ainda aos milhos voluntários que crescem aleatoriamente nas lavouras de soja, formou-se o que denominamos de "ponte verde" da cultura do milho, resultando em verdadeiros desafios fitossanitários em quase todo o País.

Entre estes desafios, destacamos a infestação da cigarrinha Dalbulus maidis que está sendo um grande problema em todas as áreas de produção, seja para grãos, silagem e produção de sementes.

A cigarrinha Dalbulus maidis é uma praga exclusiva do milho, possui atração pela luz e pode migrar a grandes distâncias (mais que 20km/ano). Considerado inseto de longa duração, pois pode viver até cerca de 60 a 80 dias na fase adulta, a cigarrinha acaba se contaminando em plantas com os chamados mollicutes, organismos procariontes, desprovidos de parede celular e cápsula proteica, transmitindo os chamados enfezamentos pálido (espiroplasma) e vermelho (fitoplasma), além da virose de raiado fino.

Estes organismos bloqueiam o floema das plantas, impedindo a circulação normal da seiva, o que acaba gerando o sintoma do multiespigamento (perfilhamento de espigas) por falhas de granação e a morte prematura das plantas. Com o bloqueio da circulação da seiva, há o acúmulo de carboidratos na parte superior, na qual ocorre a oxidação com a luminosidade e os sintomas de encurtamento de internódios, o amarelecimento e o envermelhamento das folhas passa a ser geral na planta, resultando na morte prematura e, consequentemente, gerando índices de quebramento severo.

Mollicutes:

  • São dependentes de um vetor (específicos da Dalbulus Maidis);
  • Não sobrevivem em restos culturais;
  • Não são transmitidos por atrito entre plantas ou máquinas;
  • Não são transmitidos por sementes;
  • Necessitam de umidade para o desenvolvimento e temperatura ideal entre 17°C e 32°C.

Contudo, fungos oportunistas como, por exemplo, Phythium, Fusarium, Giberella, acabam por colonizar a planta toda, principalmente na região do colo próximo ao solo, aumentando a severidade deste problema.

Os problemas no campo:


Em detrimento da eminência de falta de alimentos em propriedades agropecuárias que fazem uso constante de silagem, geradas este ano principalmente pela seca e má distribuição das chuvas, bem como por problemas fitossanitários da cultura do milho, tivemos a presença dos enfezamentos (pálido e vermelho) e o vírus do raiado fino transmitidos pela cigarrinha Dalbulus maidis, que acabaram, por sua vez, resultando em grande percentual de plantas com o sintoma de tombamento, multiespigamento e morte prematura, muitas das vezes devido à presença dos fungos oportunistas, tais como Fusarium/Giberella, Phytium, Stenocarpella, Aspergillus e Penicillium.



Normalmente, ao se fazer uma silagem é normal a planta já vir do campo com leveduras e fungos que podem produzir micotoxinas, principalmente com percentual de matéria seca mais elevada. Para isso, as fábricas de rações e núcleos geralmente já colocam os chamados adsorventes de micotoxinas em seus produtos para mitigar este problema na dieta final (TMR).

Entretanto, convém ressaltar que os fungos Ustilago maydis (Carvão da espiga) Stenocarpella sp (Diplodia) e Colletotrichum graminicola (Antracnose) presentes na espiga e no colmo, não produzem micotoxinas, são somente perdas qualitativas do alimento.

Outro ponto interessante, segundo trabalhos publicados no Journal Dairy Science Vol. 101 No. 5, 2018, é o fato dos ruminantes serem mais protegidos dos efeitos tóxicos das micotoxinas que os monogástricos, pois a microbiota do rúmen, em especial os protozoários, podem degradar ou desativar muitas moléculas tóxicas transformando-os em metabólitos menos tóxicos. 

Estes trabalhos mostraram que todo o líquido ruminal foi capaz de degradar 90% das micotoxinas zearalenona e 100% das toxinas T-2 e DON, todavia, não teve efeito sobre a Aflatoxina (AFB), o que nos permite mais tranquilidade dos ruminantes em relação à alimentação dos monogástricos e humanos. Estas micotoxinas são produzidas em geral pelo fungo Fusarium ou Giberella (forma imperfeita do Fusarium).

A Aflatoxina M1 derivada da Aflatoxina B1 produzidas pelo fungo Aspergillus é uma potente micotoxina para toda a cadeia animal, com propriedades carcinogênicas, pode ser encontrada até no leite e em produtos derivados levando a sérios problemas de saúde. 

Já no fungo Penicillium, temos as toxinas Ochratoxina e a Patulina, que no caso dos ruminantes, esta última tem as propriedades de paralisar a ruminação dos animais, reduzir a ingestão de alimentos e a produção, além de outros problemas de saúde.

Estes fungos podem vir normalmente das plantas de milho do campo e do solo, daí a importância da altura de corte mais elevada para silagem (>25cm do solo) para evitar contaminações com terra e detritos do solo.

Os aditivos e a fermentação da silagem não são capazes de degradar as micotoxinas, em especial, as Aflatoxinas, as mais problemáticas.


Fusarium/Giberella - Penicillium/Aspergillus

7 passos para mitigar os seus efeitos deletérios

Todavia, diante do cenário de lavouras com incidência dos problemas mais graves relatados com a cigarrinha Dalbulus maidis, seguem as seguintes recomendações:

  • Deve-se utilizar sempre sementes de milho tratadas para sugadores (Clotianidina), como forma de redução ao ataque da cigarrinha Dalbulus maidis na fase inicial durante os primeiros 12 a 15 dias (V2/V3);
  • Deve-se monitorar a lavoura 2 a 3 vezes por semana de V3 até V8, tomando-se o cuidado de avaliar dentro do cartucho, nas bordas e centro da lavoura, pois a cigarrinha geralmente está em maior presença inicial no cartucho da planta e nas bordas da lavoura, reduzindo sua população mais para o centro. Isto pode gerar mais eficiência com menores gastos no controle;
  • Pulverizar quando houver presença e sempre que haja algum trato fitossanitário como herbicidas, foliares e fungicidas. Lembrando que mesmo em híbridos mais tolerantes, há o dano da cigarrinha (suga a seiva e injeção de toxina), causando encurtamento de internódios, redução no porte e faixas cloróticas nas plantas;
  • Proceder a ensilagem com o cuidado de cortar as plantas acima de 25cm de altura do solo, pois fungos como Fusarium/Phytium tem presença local próximo ao solo. No caso de plantas 100% tombadas, há a possibilidade de utilizar os equipamentos para fazer silagem pré-secada;
  • Sempre utilizar inoculantes a base de lactobacillus buchneri e/ou Propionebacterium que produzem ácido acético e propiônico, respectivamente, e que tem ação fungistática, reduzindo incidência de fungos e consequentemente, de micotoxinas.
  • Depois de ensilada e fermentada a silagem (30 dias), realizar a amostragem (2Kg) aleatória no silo, para a análise bromatológica e dos níveis de micotoxinas (3rlab, UFSM ou UFMG). Realizar análise das seguintes micotoxinas:
    • a. Aflatoxina B1 (Penicillium/Aspergillus)
      b. Patulina (Penicillium/Aspergillus)
      c. Deoxivalenol – DON (Fusarium/Giberella)
      d.Fumonisina B1+B2 (Fusarium/Giberella)
      e. Ocratoxina (Fusarium/Giberella)
      f. Zearalenona (Fusarium/Giberella)
      g. T2 (Fusarium/Giberella)
  • Com os resultados em mãos, compare os níveis de micotoxinas aos níveis de tolerância máxima no quadro abaixo e, no caso, liberar imediatamente para consumo ou não. Caso esteja acima dos limites, recomenda-se o uso de adsorventes na dieta final (TMR). Empresas de nutrição e fábricas de rações normalmente possuem estes produtos em sua linha de produção.

Níveis de tolerância de micotoxinas permitidos para ruminantes

MICOTOXINA FUNGO NÍVEL AGUDO NÍVEL SUBAGUDO SINTOMAS
Aflatoxina Aspergillus 20ppb Gado em lactação Reduz o crescimento e a produção de leite
200ppb Gado em desenvolvimento Aumenta a susceptibilidade do animal, com redução
300ppb Gado em Fase Final Residual no leite e aumento do nível de mortes no rebanho
Deoxynivalenol Fusarium 10ppm 500ppb Reduz a qualidade de alimento ingerido e da produção de leite
(DON ou Vomitoxin) Aumenta a toxicidade na presença de outras
Fumosinin Fusarium 95ppm x Não conhecido
Ochratoxin Peniciullum Aspergillus 5ppm 1ppm Diarreia, produção e danos nos rins
T-2 Fusarium 50ppm 100ppm Hemorragia intestinal, morte e redução na alimentação
Zeralenone Fusarium 500ppm 500ppm Decréscimo na fertilidade, inchaço em volta da vulva,irregular e prolongada, ciclode hormonio (Estrogen)
*ppm – partes por milhões | *ppb – partes por bilhões | Fonte: Santurio, J. M. (2003)


CONCENTRAÇÃO DE MICROTOXINAS ESTABELECIDAS PELO CPFOR/UFPR
Micotoxinas*
LIMITE AFLATOXINA B1ug/kg (ppb) ZEAug/kg (ppb) DONug/kg (ppb) OCRAug/kg (ppb) FUM (B1+B2)ug/kg (ppb)
Aceitável < 19 < 285 < 929 < 5 < 1000
Crítico > 20 > 286 > 930 > 6 > 1000

Alternativas para evitar o aumento da proliferação das cigarrinhas

Boas alternativas seriam:

  • Tentar aproximar as datas de semeadura e de colheita dos produtores para evitar migrações gerando um certo "vazio sanitário", como forma de reduzir a ponte verde de milho na região;
  • Fazer um bom controle do milho voluntário nas lavouras de soja, evitando a multiplicação da cigarrinha para a cultura de milho subsequente ou vizinha;
  • Buscar fazer rotação de cultivo, como o sorgo, que não é atacado pela cigarrinha e nem multiplica o vetor, além de possuir alternativas de silagem de planta, silagem de grãos úmidos reidratados ou snaplage das panículas. Para isso temos os híbridos 50A40, 50A60 e 50A10. Consulte um representante Pioneer da sua região;
  • Evitar semeaduras tardias nas épocas de plantio, sujeitas a estresse climático, momento que se nota maior poder de infestação e danos;
  • Fazer um programa de controle, utilizando sempre o tratamento de sementes industrial (TSI) eficiente para sugadores, monitore a cultura de V2 até o V8/V10 para pulverizações, se necessário, seguindo o planejamento dos tratos culturais (herbicidas, foliares e fungicidas) como base, já que a fase inicial é muito importante para conter danos futuros;
  • Analisar o nível de infestação nas bordas e no centro da lavoura porque normalmente é mais intenso nas bordas e às vezes não é necessária a aplicação em toda a área.

*EA-Zearalenona, DON-Deoxynivalenol OCRA-Ocratoxina, FUM-Fumonisinas. Fonte: Adaptado Lamic.


Tenha acesso a esse conteúdo em PDF. Clique aqui​ e baixe agora mesmo.

por Dimas Cardoso
Agrônomo de campo – Área Leste
por Robson de Paula
Gerente de marketing de silagem da Corteva para Brasil e Paraguai
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