A mosca branca Bemisia tabaci raça B tornou-se uma praga importante da cultura da soja por causar danos diretos pela sucção contínua da seiva, provocando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo. Durante a alimentação, tanto os adultos quanto as ninfas excretam substâncias açucaradas que cobrem as folhas. Sobre este substrato açucarado há o estabelecimento de um fungo, resultando na formação da fumagina.
(Bemisia tabaci raça B)
O escurecimento da superfície foliar reduz o processo fotossintético, causa a murcha e queda das folhas, antecipando o ciclo da cultura. Todo este processo tem resultado em perdas de rendimento. Os danos indiretos são observados pela transmissão de vírus, cujo sintoma é a necrose da haste. Dependendo do nível populacional da mosca branca, as perdas de produção podem variar de 20 a 100%.
Formas de controle
Diversas práticas podem ser utilizadas visando o controle da mosca branca. Entre as medidas de maior efetividade estão a limitação das datas de plantio associada à eliminação de plantas voluntárias (tiguera); restos culturais e de plantas daninhas, visando impedir a manutenção da população da praga.
Migração da mosca branca na soja
Com a irrigação por pivô central, houve uma ampliação nas épocas de plantio das culturas. Recentemente tem-se constatado o plantio da soja em outubro/novembro (época normal), abril/maio para a produção de sementes e em setembro sob irrigação. Quando a soja entra na fase de maturação, a população da mosca branca desenvolvida em cada época de plantio, começa o processo de migração, buscando novas fontes de plantas hospedeiras, iniciando a colonização das culturas em desenvolvimento. A limitação das datas de plantio reduz a possibilidade de migração da mosca de áreas de final de ciclo para as áreas de início de desenvolvimento da cultura.
Pós-colheita
Recomenda-se a eliminação de plantas voluntárias de soja, provenientes de grãos perdidos durante a colheita, reduzindo a oferta de alimento e, conseqüentemente, a multiplicação e manutenção da praga. A eliminação de plantas voluntárias de soja pode ser por processo químico - dessecação - ou físico - através da incorporação com a grade.
Plantas daninhas
No sistema de plantio direto da soja em áreas com plantas daninhas, com alta infestação de mosca branca, recomenda-se realizar a dessecação e manter em pousio (duas semanas) antes da semeadura. Em caso de semeadura imediata após a desseca ção das plantas daninhas, recomenda-se a aplicação de um inseticida visando o controle de adultos, três a quatro dias, para evitar a colonização da soja no início do desenvolvimento.
Alternativa química de controle
O controle químico preventivo, via tratamento de sementes, é uma alternativa eficaz para o controle de população migrante da mosca branca. A cultura fica protegida durante a ação residual do produto, controlando a população de adultos migrantes. Com o controle efetivo dos adultos, o crescimento populacional da praga é menor, em função da redução na postura de ovos e, conseqüentemente, na eclosão de ninfas. Em áreas de cultura estabelecida com alta densidade populacional de mosca branca, recomenda-se a aplicação de inseticida fisiológico com ação sobre ovos e ninfas, complementado com a aplicação de um produto, visando o controle de adultos. Esta estratégia visa a quebra do ciclo da praga. As aplicações, visando somente o controle de adultos, têm resultado em pulverizações seqüenciais, com elevação dos custos de produção, sem o efeito desejado na eliminação da praga.