O Valor Bruto da Produção Paranaense (VBP) da pecuária em
2015, considerando dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e do
Abastecimento (MAPA), totalizou R$ 23,95 bilhões, representando 38% no VBP
total do estado. O crescimento do VBP estadual total foi de 4,1% enquanto o VBP
da pecuária teve crescimento de 3,8%.
Entre as maiores participações no VBP paranaense em 2015, a
pecuária destaca-se, respectivamente, com Frango (23,9%), bovinos (4,9%), leite
(4,3%) e suínos (3,54%), que juntos representam 36,62% do VBP total.
No último ano, O Paraná foi o maior exportador nacional de
frango, contribuindo para que o Brasil conquistasse o segundo lugar na produção
mundial. Na suinocultura, houve aumento do número de abates apesar da queda nos
preços. O Valor Bruto da Produção do leite teve redução no estado,
principalmente pela redução no volume captado pela indústria e a queda nos
preços pagos ao produtor.
Com a desvalorização do real frente ao dólar, os produtos
brasileiros ganharam competitividade no mercado externo favorecendo as
exportações. Contudo, a valorização da moeda norte americana e a alta nos
preços dos insumos utilizados na produção, o ano de 2016 desafia os produtores
a aumentarem a eficiência das propriedades.
FRANGO – Paraná o maior exportador nacional.
O VBP da avicultura em 2015 totalizou R$ 15,05 bilhões
representando 23,9% do VBP do estado, a maior participação no VBP dos últimos
nove anos. Os R$ 15,05 bilhões representaram 30,24% do VBP da avicultura no
país.
Em relação a 2014, o VBP da avicultura de 2015 teve aumento
de 8,0% no Paraná e de 4,2% no Brasil. Segundo o IBGE, no comparativo do
terceiro trimestre de 2015 com o mesmo período de 2014, o aumento no número de
cabeças de frango abatidas foi de 10,5% no Paraná e 6,9% no Brasil.
Em 2015, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA), a produção brasileira de carne de frango totalizou 13,146 milhões de
toneladas superando em 3,58% a produção de 2014. O Brasil assumiu a segunda
posição na produção mundial superando a China. As exportações foram ampliadas,
mantendo a posição do país entre os maiores exportadores, representando 36% do
mercado mundial dessa carne. O dólar valorizado fez com que os exportadores
brasileiros recebessem mais pelo produto.
O terceiro trimestre de 2015 alcançou o novo recorde da
série histórica do número de cabeças de frangos abatidas no país desde 1997, e
novo recorde no volume in natura das exportações de carne de frango. Neste período,
o Paraná foi o estado brasileiro que liderou as exportações de frangos para o
mercado externo, superando em 72.843,04 toneladas o terceiro trimestre de 2014,
conforme o IBGE.
No mercado interno os preços do frango superaram
ligeiramente os valores praticados em 2014. O indicador Cepea/Esalq do
preço do frango resfriado com ICMS posto no frigorífico (R$/kg) foi de
R$3,62/kg, indicando aumento de 9,12% no comparativo entre os terceiros
trimestres de 2015/2014. O aumento dos preços das carnes bovina e suína, aliado
a redução do poder aquisitivo do consumidor, contribui para o frango tomar o
lugar de outras carnes.
Em 2016 o Brasil deve manter sua posição no mercado mundial
com crescimento mais modesto. Também precisa se prevenir dos riscos sanitários
que assolam outros países, como os surtos de Influenza Aviária (IA), e
continuar investindo em tecnologia para manter a eficiência da produção, que
está sobre a pressão da elevação dos custos. Principalmente pela alta dos
preços do milho e da soja, principais componentes da alimentação.
LEITE – Redução no Valor bruto da Produção.
Em 2015, o VBP da atividade leiteira totalizou R$ 2,72
bilhões, o que representa 4,32% do VBP total do Paraná, ocupando a 6ª posição
na participação do estado. A participação de 4,32% se manteve próxima à
participação média dos últimos nove anos de 4,18%. O município paranaense de
Castro é o maior polo produtor de leite do Brasil, segundo o IBGE.
O VBP do leite no estado reduziu 13,38% em relação a 2014, o
que é explicado pela redução de 6,7% na captação e de 6,08% no preço médio pago
ao produtor.
Segundo o IBGE, a aquisição de leite cru pelos
estabelecimentos que atuam sobre algum tipo de inspeção – seja ela federal,
estadual ou municipal – no terceiro trimestre de 2015, foi 6,7% menor no Paraná
comparada a quantidade captada no terceiro trimestre de 2014. A queda na
aquisição de leite ocorreu em todas as regiões do país, no terceiro trimestre
de 2015 o volume captado de leite foi 3,9% menor comparando ao mesmo período de
2014. Nos estados do Sul, o excesso de chuvas prejudicou a produção e
dificultou a captação do produto, segundo o Cepea.
No Paraná, segundo a série de preços nominais do leite pagos
ao produtor (R$/l) do Cepea, o preço médio em 2015 foi de R$ 0,9897/l, redução
de 6,08% comparado a 2014. No Brasil, o preço médio pago ao produtor em 2015
teve redução de 3,55% em comparação ao mesmo período do ano de 2014.
Em 2015, houve uma redução de 6,43% nas importações (US$) e
de 7,49% nas exportações (US$) de lácteos no Brasil comparando com 2014. O
início do segundo semestre, apresentou um superávit na balança comercial de
lácteos, algo que não ocorria desde abril de 2014. No entanto, no acumulado do
ano de 2015 o saldo foi deficitário em 23,87%, no ano anterior esse déficit foi
de 22,92%. “O aumento na produção mundial de leite associado às menores
cotações das commodities lácteas favorecem as importações e dificultam as
exportações”, segundo o balanço de 2015 da CNA.
Para 2016, a situação econômica do país afetará diretamente
a demanda no setor lácteo. O menor poder de compra da população implica na
redução do consumo de produtos de maior valor agregado, como é o caso dos
derivados lácteos. Com a cotação do dólar em alta, a indústria nacional ganha
competividade frente às importações, e as exportações são favorecidas pela
desvalorização do real.
Os produtores rurais, além de arcarem com receita menor
devido às quedas de 6,7% na produção de leite e de 6,08% no preço médio
recebido em 2015, continuarão enfrentando em 2016, ao que tudo indica a alta do
dólar que eleva os custos de produção, já que parte dos insumos é importada,
além do impacto dos altos preços do milho e da soja, principais ingredientes
das rações concentradas.
SUÍNOS – Aumento no número de abates.
O VBP da suinocultura em 2015 totalizou R$ 2,23 bilhões
representando 3,54% do VBP total paranaense. A participação se manteve próxima
à participação média dos últimos nove anos de 3,68%. A suinocultura paranaense
representou 15,5% do VBP total da suinocultura no país.
Segundo o IBGE, no ano de 2015 houve aumento das exportações
de carne suína in natura e do número de cabeças abatidas no Paraná. Apesar da
ligeira queda registrada nos preços do suíno vivo quando comparado com o ano
passado.
Para o indicador do suíno vivo Cepea/Esalq, o preço médio
recebido pelo produtor (R$/kg) sem ICMS e animal posto granja no Paraná em 2015
foi de R$ 3,33/kg, variando de R$ 2,87/kg a R$ 3,80/kg. O preço médio recebido
pelo produtor entre os estados do sul (PR, SC e RS) teve queda de 6,24% no
comparativo entre os terceiros trimestres de 2015 e 2014.
No balanço de 2015 divulgado pela CNA, um dos principais
indicadores de rentabilidade da suinocultura, a relação de troca média de
quilos de milho que o suinocultor conseguiria comprar com a venda de 1 quilo de
suíno vivo foi 10% inferior a 2014. O mesmo comportamento ocorreu para a soja,
com redução de 22% no poder aquisitivo do suinocultor.
Para 2016, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) estima o incremento de apenas 1,7% na produção brasileira de carne suína
em relação ao ano de 2015. Para o IBGE, a oferta de animais para abate pode
superar 40 milhões de cabeças.
A demanda do mercado interno, que absorve 85% da produção,
os comportamentos das exportações, que tem oscilado nos últimos anos e o preço
das carnes concorrentes ao consumidor vão influenciar o preço que o suíno será
comercializado em 2016.
Os especialistas de mercado sinalizam a manutenção da
cotação do dólar em patamares elevados, o que favorece as exportações, aumentando
a competitividade do produto brasileiro. Contudo, a elevação dos preços da soja
e do milho, influenciados pelas exportações, podem contribuir no aumento do
custo de produção.