Após grande mobilização por parte do setor produtivo e
representantes da agropecuária goiana, o governo estadual suspendeu agora há
pouco a nova tributação da soja e do milho em Goiás. Em reunião de portas
fechadas, o governador Marconi Perillo recebeu os presidentes da Federação de Agricultura
e Pecuária de Goiás - FAEG, José Mário Schreiner, e da Associação dos
Produtores de Soja de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz, e decidiu
suspender o decreto nº 8.548. Marconi se sensibilizou com a bandeira do setor,
visto que a agropecuária tem sido responsável por empurrar a engrenagem da
economia goiana.
O governador também disse que sempre esteve ao lado do setor
produtivo e que neste momento não poderia deixar de abrir um debate em busca de
um equilíbrio. O próximo passo é iniciar uma discussão com o novo secretário
Estadual de Desenvolvimento (SED), Thiago Peixoto e com a secretária da Fazenda
(Sefaz), Ana Carla Abrão. "Ao ouvir as explicações e justificativas dos
produtores rurais, das entidades agropecuárias e das indústrias, Marconi mostrou
que é um verdadeiro estadista. Em seguida, tomou a sensata decisão de suspender
o decreto: uma medida necessária", sublinhou o presidente da FAEG.
José Mário já havia deixado claro que repudia qualquer
aumento ou determinação de novos tributos. A alteração, divulgada pela
Secretaria da Fazenda, determina que o ICMS seja cobrado sempre que o produto
agrícola, destinado à industrialização não passar pelo processo industrial
antes de deixar o estado. Diante da mudança, Schreiner faz questão de ratificar:
“as pessoas importam produtos, não impostos”. Agora, com a conquista, ele
destacou a importância da união do setor e o apoio de nomes fortes como os dos
deputados estaduais Diego Sorgatto, Gustavo Sebba, Lissauer Vieira e Jean
Carlos. "A participação de todos foi importantíssima. Agora nós só temos a
agradecer aqueles que entederam e atenderam os anseios da classe produtora
rural, colocando Goiás de volta ao eixo da competitividade do Brasil",
pontuou Schreiner.
Segundo Schreiner, alterar as condições de mercado atuais
pode inviabilizar a absorção futura destas ampliações da produção, fato que
pode ocorrer com esta medida, prejudicando não somente o produtor rural, mas,
toda a economia do estado. Atualmente, 70% da soja produzida no estado é
processada aqui, agregando valor no produto, que vira farelo, óleo, ou ração
animal. Isso coloca Goiás à frente de outros estados.
José Mário fez questão de destacar que agora é hora de
pensar em um novo desafio: buscar a construção de um projeto que atenda tanto
aos anseios da classe produtora rural - principalmente de soja e milho - quanto
do governo. Por fim, ratificou a importância do envolvimento de entidades como
a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Nacional
dos Exportadores de Cereais (Anec), a Associação Brasileira dos Produtores de
Algodão (Abrapa), a Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja) e de
todas as Federações que estiveram em Brasília durante reunião na qual
discutiu-se a gravidade da taxação.