Lidando com os veranicos, que neste ciclo ja completam seus
30 dias ininterruptos, as lavouras de soja baianas, tem exigido dose extra de
fertilizantes para apresentar produtividade. O agrônomo Ivair Gomes, tem
atendido essa demanda das lavouras e aumentado os custos de alguns agricultores
da região, porém, com a mesma estratégia, ele consegue dobrar a produtividade
em algumas fazendas do Nordeste, e na colheita deste ano tem a meta de superar
100 sacas por hectare, em cada propriedade que presta consultoria.
Gomes foi eleito por seis anos consecutivos o consultor
responsável pelas maiores produtividades da região Norte/Nordeste, pelo Desafio
de Máxima Produtividade da Soja, organizado pelo Comitê Estratégico Soja Brasil
(CESB). Desde a safra 2009/10 ele tem superado as médias da região e a
nacional, cada ano com um agricultor diferente, chegando a atingir 112,44 sacas
por hectare no último ciclo, que corresponde a 43% a mais que média das
regiões, que se aproximam das 48,5 sacas por hectare.
Apesar de citar o clima nordestido como um desafio, não o vê
como impecilho para um novo patamar na agricultura. “Neste ano inscrevi cerca
de nove áreas no Desafio de Máxima Produtividade, cada uma com cerca de 10
hectares, em todas tenho a meta de atingir mais de 100 sacas, produtividade
representativa, que estimula a receita do agricultor baiano. A estiagem na
região é um desafio, são chuvas muito irregulares, mas estimulando a
fertilidade do solo e o corrigindo, é possível superar as médias tradicionais”,
detaca Gomes. “Oriento agricultores em uma área levemente beneficiada
pela localização, são fazendas na divisa com Tocantins, Goiás e Piauí, onde as
chuvas ocorrem em maior frequencia, o que não impede resultados melhores em
outras regiões do Nordeste, este é o espírito do Desafio, ser desafiado a
produzir mais, independente das intempéries”, completa.
De acordo com o diretor financeiro do CESB, José Erasmo
Soares, a média do Nordeste equivale à nacional, e desafia o agricultor. “Nos
últimos dez anos a produtividade no Brasil tem se mantido constante, com
pequenas oscilações, mesmo com o pujante aumento de tecnologias. O problema
maior é que a produção de soja no Brasil aumentou, pelo crescimento de área,
foram cerca de 10 milhões de hectares me menos de 10 anos, mantendo a
produtividade média na casa das 50 sacas por hectare”, pontua Erasmo. “Há
problemas que são climáticos, mas também existe uma falta de estratégia do
agricultor, como olhar os talhões separadamente, para avaliar as tomadas de
decisões”, finaliza Erasmo ao sinalizar o objetivo do Comitê, em reunir
técnicas que auxiliem na expansão de produtividade.
Os resultados do Desafio de Máxima Produtividade sa Soja
serão divulgados em junho deste ano e a expectativa do Comitê é de encontrar o
sojicultor capaz de produzir 143 sacas por hectare na safra 2015/16. Nesta
edição 4.000 áreas, de todas as regiões brasileiras, concorrem ao prêmio em
diferentes categorias.