A colheita da soja já começou, mas ainda não atingiu seu
auge na região, o que deve ocorrer em abril. Os prognósticos de técnicos e
agricultores são otimistas em relação à produtividade e ao preço – o que acaba
influenciando no comércio de Santa Maria.
O clima que se observou desde janeiro beneficiou o desenvolvimento do grão, com
chuvas regulares e períodos de sol e calor. Nos 52 municípios abrangidos pela
Emater Regional de Santa Maria, as lavouras estão agora entre as fases de
floração e enchimento de grãos, época crucial para determinar a qualidade do
que será colhido. Como a chuva não tem sido nem será mais problema, a
expectativa é que a colheita seja abundante.
Na propriedade de Angelo Grigoletto, em Restinga Seca, a esperança motiva o
trabalho na lavoura. Ele não atrasou o plantio e não precisou se preocupar com
ferrugem, lagarta ou outras pragas. E, por isso, espera colher ainda mais do
que no ano passado, que já foi muito bom, com até 60 sacas (3,6 mil kg) por
hectare.
Na região, a área dedicada à oleaginosa aumentou 3,39% em relação à safra
2014/2015, investimento motivado pelo preço favorável, embora os custos tenham
subido bastante. Grigoletto calcula em 30% o aumento nos gastos com insumos,
devido ao câmbio e à inflação, que tiveram reflexos nos valores de insumos,
adubos e sementes. Ele ainda não vê, no preço atual da commodity, a compensação
adequada.
– Vendemos previamente aquele percentual relativo à porção financiada da
lavoura para garantir o pagamento. Mas o restante vamos manter em silos de
cooperativas e cerealistas até o preço melhorar – afirma.
Enchentes e danos
Conforme Luiz Antonio Rocha Barcellos, extensionista da
Emater Regional de Santa Maria especializado no cultivo da soja, foram poucas
as áreas semeadas com o grão prejudicadas pela chuva excessiva e pelas
enchentes do fim do ano passado.
Produtores que fizeram rotação de cultura com o arroz ou destinaram áreas de
várzea para a oleaginosa ainda assim não registraram perdas significativas.
– Em janeiro, o solo já tinha a umidade normal, e as chuvas se regularizaram. A
preocupação da Emater tem sido com o monitoramento de pragas, que estamos
fazendo com o pano de batida, para ajustar as doses e as aplicações de
inseticidas – explica Barcellos.
Os relatórios do monitoramento feitos em 20 municípios só ficarão prontos no
final do mês, mas os extensionistas já estão verificando que não há quantidades
expressivas de lagartas ou percevejos.
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