Na contramão de outros setores da economia, as 14
cooperativas agropecuárias da região Oeste do Paraná cresceram 19,5% em 2015 e
devem expandir mais 10% neste ano. O faturamento total, no ano passado, foi de
R$ 18,6 bilhões, segundo dados da Organização das Cooperativas do Paraná
(Ocepar).
Dessas 14 cooperativas, dez fazem parte do Programa Oeste em
Desenvolvimento, que tem apoio de Itaipu Binacional. Mas são as dez maiores,
que figuram também entre as maiores do Brasil.
Juntas, representam 48% do Produto Interno Bruto (PIB) do
cooperativismo paranaense e 50% dos postos de trabalho regionais. São 41 mil
empregados e 46 mil cooperados.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, avalia
que o cooperativismo é um dos principais motores da economia do Oeste e vem
transformando a região em um modelo nacional de desenvolvimento integrado e
sustentável. “É um orgulho para o Oeste do Paraná ter, entre as maiores do
País, várias cooperativas da região”, disse.
Crescimento
Uma das cooperativas que mais cresceram em 2015 foi a
Cooperativa Lar, considerada a segunda maior do País. A associação registrou
uma expansão de 31,15% em relação a 2014 e faturou R$ 4,05 bilhões. Atualmente,
mantém 9,9 mil associados e 8,7 mil empregados. Desses, 1.406 foram contratados
em 2015.
“Nosso setor não está sofrendo tanto com a crise. O Brasil
exporta e, com o dólar mais alto, melhora o desempenho econômico e financeiro.
Mas não tenho nenhuma dúvida de que a nossa região é diferenciada. O Oeste tem
clima adequado, tem um solo rico, fértil e está melhorando cada vez mais com a
evolução da tecnologia”, enfatizou o diretor da cooperativa Irineo Rodrigues.
Copacol
Mesmo em um ano de recessão econômica e forte aumento dos
custos operacionais, os números da Copacol impressionam. A Cooperativa teve um
salto de 19% em 2015. O faturamento global foi de R$ 2,998 bilhões, com
distribuição para os associados de sobras recordes de R$ 71,2 milhões.
Segundo o presidente da cooperativa, Valter Pitol, os
números apresentados são reflexos da participação e confiança dos associados,
do profissionalismo dos colaboradores e da parceria de clientes e fornecedores.
“Devido à crise econômica, em 2016 os desafios serão
maiores. Nos exigirão atenção mais forte na gestão, na redução de custos e na
eficiência da cooperativa para manter a competitividade e o crescimento. Mas,
com a participação de todos, vamos vencer as adversidades e manter todo este
desenvolvimento integrado”, ressalta Pitol.
Frimesa
A Frimesa, por sua vez, faturou R$ 2,23 bilhões no ano
passado, o que representa um crescimento de 11,39% na comparação com 2014. O
volume de produção cresceu 2,23% no período e chegou a 331,19 mil toneladas de
produtos. No ano passado, as exportações da cooperativa representaram 12% do
faturamento. “Ter um crescimento desses é muito positivo, se considerarmos que
tivemos um ano marcado pelas dificuldades econômicas e políticas do Brasil”,
disse o diretor-presidente, Valter Vanzella. “Tomara que em 2016 possamos
repetir estes feitos.”
As cooperativas no Paraná
Os primeiros movimentos cooperados no Paraná começaram em
1829. De lá para cá, o movimento não parou mais. Hoje são 220 cooperativas,
distribuídas em dez diferentes ramos. Dessas, 48 – de todos os segmentos –
estão localizadas no Oeste do Paraná.
Em 2015, o cooperativismo paranaense alcançou R$ 60,4
bilhões de faturamento, o que representa crescimento de 19,6% em relação ao ano
anterior. E gerou 2,6 milhões de empregos.
Oeste em Desenvolvimento
Lançado em 2014, o Programa Oeste em Desenvolvimento é uma
iniciativa que une mais de 40 instituições como a Itaipu Binacional, o Parque
Tecnológico de Itaipu (PTI), o Sebrae/PR, o Sistema Cooperativo, a Caciopar, a
Amop, a Emater e a Fiep. O programa tem como objetivo promover o
desenvolvimento econômico do Oeste do Paraná por meio de ações integradas e com
foco nas potencialidades regionais.
A entidade atua, sobretudo, nas áreas de Infraestrutura e
Logística, Pesquisa e Desenvolvimento, Crédito e Fomento, Capital Social e
Cooperação, e Energias Limpas e Renováveis.