O clima seco dos últimos períodos, com baixa umidade do ar e
temperaturas noturnas amenas, acelerou a maturação da soja no Rio Grande do
Sul, fazendo com que a colheita atinja 20% da área plantada nesta safra, com
produtividades oscilando ao redor dos 3 mil kg/ha. De acordo com o Informativo
Conjuntural da Emater/RS-Ascar, se as condições meteorológicas permitirem, a
colheita deverá acelerar ainda mais, tendo em vista que 40% da área já estão em
fase final de maturação, podendo ser colhidos imediatamente.
No quesito sanidade, algumas lavouras de soja ainda apresentam ocorrência de
doenças foliares, incluindo a ferrugem. Observa-se também a presença de
percevejos e ácaros nesta época crítica, o que sugere aplicações para o
controle, assim que atingir o nível de dano econômico. Algumas áreas apresentam
maturação desuniforme, contendo plantas com vagens verdes e folhas. Nesse
sentido, a volta das chuvas é muito importante para uniformizar a maturação das
plantas e, assim, manter a perspectiva de uma boa produtividade.
Na cultura do milho, as áreas plantadas no início do período recomendado foram
colhidas, com rendimento acima da expectativa inicial, tanto na produção de
grãos, como na produção de silagem. Em termos de área colhida, o percentual
atinge 63% nas lavouras destinadas à produção de grãos e 65% na área destinada
à silagem. O percentual de área colhida nos grãos poderia ser maior não fosse a
preferência pela colheita da soja. As lavouras da chamada safrinha estão nas
fases de desenvolvimento vegetativo e floração. As condições climáticas para o
desenvolvimento da cultura continuam favoráveis, mantendo a expectativa de boa
produtividade também para essas lavouras.
No feijão, restam poucas áreas para finalizar a colheita da 1ª safra nas
regiões produtoras. Somente as lavouras dos Campos de Cima da Serra é que estão
chegando ao final do ciclo, com boa sanidade e bons rendimentos, chegando à
média de 2.400 kg/ha. Na segunda safra ou safrinha, ainda está em implantação
cerca de 88% da área estimada para o Estado. A cultura evolui rapidamente, já
se aproximando, em algumas regiões, no estágio reprodutivo, entrando em
floração e início de formação de grãos. Até o momento, é muito bom o aspecto
sanitário e produtivo das lavouras, já que solos mantêm boa umidade e condições
de desenvolvimento, com a cultura demonstrando bom potencial produtivo.
Também beneficiada pelo clima, a cultura do arroz atinge 27% da área colhida,
tendo ainda 32% da área total plantada em condições para tanto. Nas áreas já
colhidas, a produtividade tem oscilado entre 7,5 mil e 8 mil quilos por
hectare. Nas demais áreas, os produtores seguem com o manejo da irrigação, bem
como o monitoramento de eventuais focos de pragas e moléstias.
Citros - As condições climáticas atuais e o desenvolvimento das frutas cítricas
na região do Vale do Caí têm sido muito favoráveis. A maioria das bergamotas e
laranjas será colhida a partir do mês de maio, conforme seu período de
maturação, de ciclo precoce, médio ou tardio, sendo que a colheita se estende
normalmente até o mês de novembro. Entre as bergamoteiras, a sequência de
maturação das principais cultivares começa com a Satsuma, e segue com Ponkan,
Caí, Pareci, Montenegrina e Murcott.
A Satsuma é a fruta cítrica mais precoce, que inicia a colheita de frutas
cítricas na região. Sua colheita começou no início de março e atualmente já
está com 35% das frutas colhidas. A bergamota Satsuma, de origem japonesa, é
uma fruta com pouca acidez e sem sementes e sua casca, quando a fruta é
descascada, não libera o cheiro característico das bergamotas comuns. Em
virtude de ter pouca acidez, pode ser consumida com a casca ainda verde.
A atividade mais intensa nesta época na região do Vale do Caí é o raleio da
bergamota verde, que já atinge em torno de 50% das frutas das bergamoteiras do
grupo das comuns, Caí, Pareci e Montenegrina. O raleio é uma prática
fundamental para a obtenção de frutas com qualidade e para evitar a alternância
de produção, que é a produção excessiva em uma safra e uma produção pequena ou
nula na safra seguinte. As frutas verdes são vendidas para indústrias da região
que retiram o óleo da casca das frutas, que é aplicado na indústria de
cosméticos, indústria de alimentos e bebidas e de higiene e limpeza.
Criações
De modo geral, o rebanho gaúcho apresenta uma boa condição corporal e
nutricional. Terneiros nascidos na primavera apresentam bom desenvolvimento. A
fase é de gestação das vacas e finalização do período reprodutivo.
Intensificam-se neste período os diagnósticos de gestação das fêmeas bovinas.
As condições sanitárias continuam satisfatórias, porém continua o controle de
ectoparasitas. Especialmente o carrapato tem sido fator de preocupação dos
produtores. A época é de vacinar as terneiras dos três aos oito meses contra a
brucelose, e fazer o controle das verminoses dos rebanhos.
Na bovinocultura de leite, os produtores devem se preocupam com o bem-estar
animal, para garantir uma boa produção. Os animais devem estar à sombra e com
água à vontade, o que tem sido favorecido pela redução das temperaturas ao
anoitecer, melhorando o conforto térmico para as matrizes em lactação. Uma boa
oferta de forragens é fundamental para a manutenção da produção leiteira e do
bom estado corporal, proporcionando a elevação dos sólidos no leite, gordura e
proteína, com consequente aumento do valor pago ao produtor. Alguns produtores
que estão utilizando o sistema de rodízio nas pastagens têm conseguido um
melhor aproveitamento das forrageiras.