A agropecuária brasileira tem um cenário promissor
nos próximos anos. Segundo o estudo Brasil – Projeções do Agronegócio
2015/16 a 2025/26, a safra de grãos deverá passar de 196,5 milhões de
toneladas para 255,3 milhões de t neste período, com aumento de 58,8
milhões t (30%). Já a estimativa para a produção de carnes (bovina,
suína e aves) é de um crescimento de 7,8 milhões de t (29,8%) na
comparação com 2015/16. Entre os estados, Mato Grosso continuará sendo o
principal polo agrícola do país.
A expansão da agropecuária exigirá investimentos em infraestrutura,
pesquisa e financiamento, assinala o estudo, feito por técnicos da
Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). De acordo com a SPA, as projeções têm o objetivo
de indicar possíveis direções de crescimento do setor e dar subsídios
aos formuladores de políticas públicas sobre as tendências de produtos
do agronegócio.
Algodão em pluma, milho, leite, carne suína, frango, soja em grão,
açúcar, manga, mamão papaya, uva e melão devem ser os produtos agrícolas
mais dinâmicos entre 2015/16 e 2025/26. O frango deve ser o destaque no
segmento de proteína animal, com aumento de 34,6% na produção. A
previsão de crescimento para a carne suína é de 31,3% e de 21% para a
bovina, conforme o prognóstico apresentado no estudo.
A produtividade, aliada aos mercados interno e externo, continuará
sendo o principal fator a impulsionar o crescimento da produção
agrícola. Enquanto o aumento previsto para produção é de 30%, o
prognóstico de expansão da área plantada é 12,7%. Ou seja, o rendimento
das lavouras será maior mesmo que o espaço cultivado avance em ritmo
menor.
A projeção é que a área passe de 72,1 milhões de hectares em 2015/16
para 83,1 milhões em 2025/2026, um acréscimo de 11 milhões de hectares.
Essa expansão está concentrada em soja (10 milhões de ha),
cana-de-açúcar (1,8 milhão ha), trigo (456 mil ha) e milho (698,0 mil
ha). Algumas lavouras devem perder área, como o arroz, batata-inglesa,
café, feijão e laranja. No entanto, observa o estudo, a redução de área
deve ser compensada por ganhos de produtividade.
Trata-se de um aumento de rendimento baseado em tecnologias
relacionadas à terra e também aos incrementos na produtividade do
trabalho e do capital, destaca a Secretaria de Política Agrícola.
No contexto internacional, o Brasil deve continuar sendo, junto com
os Estados Unidos, um dos maiores produtores e exportadores de
alimentos. A projeção indica também que o mercado interno se mantenha
com a mais importante fonte de crescimento, devido às elevadas
proporções de grãos e carnes consumidas no país.
O trabalho apresenta ainda projeções regionais para o setor rural.
Mato Grosso deve continuar liderando a expansão da produção de milho e
soja no país, com aumentos de 41,5% e 37,1%, respectivamente. A safra da
oleaginosa também terá forte expansão na Região Norte, principalmente
em Tocantins, Rondônia e Pará. O milho terá crescimento acentuado na
Bahia e de Tocantins.