Especialista mostra como fugir da diferença que
marcou lucratividade da soja entre produtores de MT. Dados do Projeto
Referência, da Aprosoja-MT, mostram que na safra 2015/2016, em Mato
Grosso, houve uma diferença de 157% na margem da saca de soja entre a
produção mais e menos lucrativa.
Em 2008/2009, quando a diferença foi recorde, o patamar de
diferenciação chegou à casa de 93%. Na safra 2013/2014, caiu para 43%; e
em 2014/2015 teve ligeira alta, indo para 60%. O número mais recente
surpreende, e deixa algumas lições.
Causas - Segundo Daniel Latorraca, superintendente do Imea, a
disparada foi consequência do clima, que afetou a produtividade das
lavouras, e embora seja difícil de quantificar, da gestão nas
propriedades. “É lógico que quando você tem um problema no meio da
produção ocorre uma maior diferenciação entre os produtores”, diz.
No que diz respeito ao clima, as condições que se impuseram à safra
fizeram a média de produtividade mato-grossense fechar em 49,7
sacas/ha. A região mais afetada foi a nordeste, que ficou abaixo disso,
com 46,08 sacas/ ha.
Para tentar minimizar diferenças de lucratividade como a que se viu, Latorraca recomenda que o produtor faça sua parte:
Ter uma equipe treinada, bem capacitada, para tirar o melhor das máquinas que foram renovadas nos últimos anos;
Fazer uma boa comercialização de insumos considerando que, se não é
grande, pode entrar em pools de compra ou integrar cooperativas;
Cuidar para não perder boas oportunidades de negociação,
acompanhando o mercado de Chicago e travando a compra de insumos e a
venda de produtos na mesma moeda;
E se organizar com planilhas financeiras para saber qual seu custo.
“Porque, cada vez mais, vai existir alguma diferença e, sem dúvida,
quem faz uso de todas essas práticas acabará se saindo melhor”,
completa Latorraca.
De acordo com ele, a expectativa para a safra 2016/2017 é de um ano
mais tranquilo, com produtividade média em Mato Grosso de 53 sacas/ ha.