Maior cooperativa de produção agrícola da América Latina, a
Coamo, de Campo Mourão (região Central do Paraná), caminhou na contramão da crise
econômica brasileira em 2015. A empresa registrou um faturamento de R$ 10,7
bilhões no último ano, valor recorde na história do negócio e que consolida
crescimento de 22,8% ante o desempenho de 2014. Os dados foram anunciados nesta
sexta-feira (12), durante a 46ª Assembleia Geral Ordinária (AGO), quando são
apresentados aos cooperados os resultados do ano que passou.
O desempenho só não foi ainda maior pois parte da produção
de 2015 só será contabilizada em 2016, pontua o presidente da Coamo, José
Aroldo Gallassini. Ele acredita que o agronegócio foi eficiente para contornar
o cenário adverso do país e vai continuar crescendo. “Nós trabalhamos com
alimentos e isso as pessoas sempre vão precisar, então eu acho que nosso setor
não enfrentará grandes problemas”, avalia.
O salto do faturamento é comprovado pelos dados expressivos
de movimentação. A cooperativa recebeu 7,04 milhões de toneladas de grãos no
ano passado, volume que equivale a 3,4% de toda a produção nacional. Deste
total, 3,5 milhões foram direcionados a exportação, movimentando a cifra de US$
1,17 bilhão em 2015.
Gallassini destaca que uma parcela significativa do
crescimento da cooperativa veio do Mato Grosso do Sul, onde ainda há áreas
disponíveis para a expansão da produção. Por essa razão a região vai receber
mais investimentos em 2016. “O agronegócio sempre contribuiu positivamente
durante as crises, como foi o caso de 2008, e vai continuar contribuindo”,
aponta. Ao todo a empresa conta com 112 unidades, instaladas também no Paraná e
em Santa Catarina.
Para Gallassini, é possível ampliar ainda mais o faturamento
neste ano, mas tudo dependerá do fator cambial. “O dólar é que vai definir, já
que os preços da soja e do milho não estão tão favoráveis nas bolsas
internacionais”, pontua. Ele lembra que neste ano a situação foi tão favorável
que a cooperativa chegou a exportar um milhão de sacas de milho para os Estados
Unidos, mesmo com a safra altamente positiva no país.
Ganho coletivo
O lucro do negócio também respinga no bolso dos 28 mil
associados vinculados a cooperativa. Os cooperados receberão neste ano R$ 320
milhões equivalentes as “sobras”, que são uma parcela do faturamento devolvida
ao final do exercício.
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