O cenário para o milho mudou positivamente de 2014 para o
ano passado, diante da forte desvalorização do real frente ao dólar. Com isso,
as perspectivas para os produtores são animadoras em 2016, segundo o
vice-presidente da Cocamar, José Cícero Aderaldo, o Zico. A saca saiu de R$ 17
em julho para R$ 27 em dezembro e está cotada atualmente em R$ 32,50. Quem
pensava que não teria resultado financeiro, ficou satisfeito.
Estoques - Zico explica que o Brasil atingiu em 2015 um
volume de exportação de 30,74 milhões de toneladas (46,7% acima do ano
anterior), o que enxugou os estoques. “Esse fator impulsionou as cotações,
surpreendendo os consumidores internos”, cita. A exportação fluiu com rapidez,
atingindo seu ápice entre os meses de setembro e outubro. Os embarques via
Santos e os portos do Arco Norte consistem basicamente de milho oriundo do
Centro-Oeste brasileiro, em uma exportação que não depende de subsídios
governamentais. Ou seja, a uma taxa cambial realista, o produto é competitivo
no mercado internacional.
Etanol - O vice-presidente da cooperativa lembra ainda que
além das exportações, a demanda pelo milho ganha força diante dos projetos que
estão sendo iniciados para produção de etanol a partir do cereal, no
Centro-Oeste brasileiro. Ao mesmo tempo, avançam as usinas “flex”, aptas para
produzirem etanol tanto de cana quanto de milho.
Nova realidade - “Com tudo isso, vislumbra-se uma nova
realidade para o milho de inverno, que deixa de ser uma cultura na qual o
produtor tinha o costume de investir pouco e era vista, por muitos, como uma
opção apenas para cobrir o solo e otimizar o maquinário”, enfatiza Zico,
acrescentando que atualmente, com as tecnologias disponíveis, a produtividade
vem sendo incrementada safra após safra e os resultados são visíveis.
Virtudes - “As grandes virtudes do mercado internacional são
a oferta de liquidez e a possibilidade de precificação antecipada, o que vem
sendo aproveitado”, finaliza o dirigente.