As exportações do agronegócio de Minas Gerais
encerraram os primeiros sete meses do ano com retração de 5,9% no
faturamento, que alcançou US$ 4 bilhões, ante o valor de US$ 4,35
bilhões verificado em igual período do ano anterior. O resultado
negativo se deve à queda nos preços da tonelada, que recuou em média
23,8%, enquanto o volume embarcado cresceu 23,5%. Os dados foram
divulgados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Seapa).
De acordo com o levantamento, Minas Gerais negociou com o exterior
5,6 milhões de toneladas de produtos agropecuários ao longo dos
primeiros sete meses do ano, incremento de 23,5% sobre o volume
movimentado entre janeiro e julho de 2015, quando as exportações
totalizaram 4,5 milhões de toneladas.
No período, o valor médio pago pela tonelada ficou em US$ 721,76, preço 23,8% inferior aos US$ 947,28 praticados anteriormente.
Mesmo com a queda de 5,9% no faturamento, a participação das
exportações do agronegócio na balança comercial de Minas Gerais ficou
maior. Os dados da Seapa mostram que no acumulado de janeiro a julho de
2016 a participação alcançou 34,7%, ante o índice de 33,4% registrado em
igual período do ano anterior.
Entre janeiro e julho, as importações do setor cresceram 2,1% em
faturamento e 8,9% em volume, que ficaram em US$ 270 milhões e 228,1 mil
toneladas, respectivamente. Com o resultado, a balança comercial do
agronegócio de Minas Gerais gerou um superávit de US$ 3,8 bilhões, valor
6,5% inferior ao obtido em igual período do ano anterior. O saldo em
volume foi de 5,4 milhões de toneladas, alta de 24,2%.
“Apesar da queda no faturamento, a participação do agronegócio na
pauta exportadora do Estado é crescente e hoje representa 34,7%. O setor
também mostra a importância no saldo comercial do agronegócio, US$ 3,82
bilhões, respondendo por 47,8% do salto total do Estado”, explicou o
superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo
Albanez.
O café, principal produto do setor agropecuário, apresentou queda de
19% em receita, US$ 1,71 bilhão, e aumento de 4,4% no volume, com o
embarque de 684 mil toneladas do produto ao exterior. O impacto negativo
veio do preço pago pela tonelada, enquanto em 2015 o volume estava
cotado a US$ 3,23 mil, este ano, o café é negociado a US$ 2,52 mil,
recuou de 21,9%.
“O café é o principal produto do agronegócio do Estado e responde por
42% da receita gerada com as exportações. O índice de participação
ficou menor no acumulado dos sete primeiros meses de 2016, já que nos
anos anteriores a participação ficava acima de 50%. Isto mostra que
outros produtos estão elevando a participação, como o grupo de soja, por
exemplo”.
Soja
No complexo soja, as exportações somaram US$ 810 milhões, com a
comercialização de 2,1 mil toneladas, alta de 14,5% e 24,7%,
respectivamente. Somente os embarques de soja em grãos cresceram 19,9%
em faturamento, que encerrou o período em US$ 765,5 milhões. Ao todo
foram 2 mil toneladas negociadas com o mercado externo, alta de 28,1%.
“O complexo soja vem ampliando a participação nas exportações. O
grupo responde por 19,8% dos embarques do agronegócio”, explicou
Albanez.
Outro setor que também vem conquistando espaço nas exportações é o
sucroalcooleiro. De acordo com os dados divulgados pela Seapa, foram
embarcadas 1,6 mil toneladas do setor, alta de 40,8%. Em relação ao
faturamento, US$ 533 milhões, o incremento foi de 38,8%. O grupo
responde por 13% das exportações do agronegócio mineiro.
Os embarques de açúcar somaram US$ 515,9 milhões com a negociação de
1,59 mil toneladas, alta de 37,7% e 40,4%, respectivamente. Entre
janeiro e julho, Minas exportou 22,6 mil toneladas de etanol, aumento de
83,2%. Em faturamento, a alta ficou em 94,5% com a movimentação de US$
16,1 milhões.
No grupo das carnes, as exportações cresceram 1,4% em valor e 12,4%
em volume, movimentando US$ 468 milhões com a exportação de 222 mil
toneladas.
O volume de carne bovina exportada aumentou 8,3% sendo destinadas ao
mercado internacional 58,5 mil toneladas. O faturamento ficou em US$
220, alta de 1%.
O desempenho da carne suína também foi positivo. Foram exportadas
12,9 mil toneladas do produto, o que gerou receita de US$ 22,2 milhões,
alta de 67,2% e 32,7%, respectivamente.
Já as exportações de carne de frango recuaram 1,5% em faturamento,
US$ 187 milhões, e cresceram 11,7% em volume, com o embarque de 135 mil
toneladas.